Iniciaste o teu percurso académico na área do Design Gráfico e de Comunicação. Como surgiu o gosto pela área do copywriting?
O meu gosto pela palavra ou pela escrita criativa é pelo menos tão antigo quanto a minha inclinação para estudar as artes visuais — simplesmente, quando iniciei o percurso académico, ainda não tinha consciência do copywriting enquanto área profissional. É uma dicotomia que sempre me acompanhou. Atirei literalmente uma moeda ao ar, no final do 9º ano, para decidir se iria estudar “artes” ou “letras”.
Daí, dei por mim em Belas-Artes num par de anos — mas aquilo que os meus pares mais me pediam era que escrevesse as biografias das bandas deles, que criasse os conceitos, que desse nomes às coisas… e eu preferia, realmente, escrever letras para músicas e trabalhar em conceitos para os mais variados projectos do que criar as soluções gráficas. Simultaneamente, sentia uma grande falta de pensamento sobre o impacto da palavra na comunicação na formação que estava a receber.
Um dia, cruzei-me com um copywriter, tive o meu momento “eureka!” e nunca mais olhei para trás. Percebi que aquilo que eu já fazia “instintivamente” tinha um nome, era uma profissão, e, sem dúvida nenhuma, era o meu chamamento. Estudei tudo o que consegui encontrar sobre o tópico, comecei a procurar trabalhos de freelance na área e, pouco tempo depois, já estava a trabalhar numa agência de publicidade.
Curiosamente, a minha formação em Design deu-me muitas vantagens no meio profissional, permitindo-me comunicar com Directores de Arte com grande facilidade e mostrar um pensamento visual que me diferenciou muito rapidamente.