Até onde chegam os nossos dedos?

Artigo

Bruno Amorim, Partner & Digital Director na Bürocratik e tutor da EDIT. Porto partilha, originalmente no seu blog pessoal, o comportamento do qual muito se tem falado, o “Thumb-Friendly Zone”: a área de ecrã até onde os nossos dedos chegam sem haver necessidade de fazer um exercício de malabarismo.

Numa era em que temos telemóveis com ecrãs grandes, maiores do que a nossa mão, damos por nós a fazer um autêntico exercício de malabarismo com a nossa mão, esticando os dedos, para chegar a uma opção que está mesmo lá em cima no topo do ecrã. Isto porque, a maior parte do tempo, usamos o telemóvel apenas com uma mão por estarmos em movimento.

Devido a este comportamento é que muito se tem falado em “Thumb-Friendly Zone”, que traduzindo por outras palavras, trata-se da área de ecrã até onde os nossos dedos chegam sem haver necessidade de fazer o tal exercício de malabarismo. Ora então vejamos as ditas áreas “Friendly”:

Thumb-Friendly Zone

Digitals Designers e UI/UX designers têm tido cada vez mais em consideração este aspeto e têm repensado a área de maior ação para junto da “Friendly-Zone”, como se pode ver nas apps da Uber ou Instagram:

iOS10

Com o lançamento do iOS10, vemos que a Apple também teve esse cuidado ao redesenhar algumas apps nativas, adotando também a nova tendência de “bigger, bolder headlines” como é referido neste artigo do designer Michael Horton. Eis as principais diferenças de UX entre iOS9 e iOS10

Nesta comparação, conseguimos ver que a barra de pesquisa passou para baixo, de modo a estar na “Thumb-Friendly Zone”, uma vez que a maior parte das vezes que abrimos os mapas em dispositivos móveis já estamos em movimento e é essencial usar apenas uma mão.

Aqui a diferença é mínima mas faz todo o sentido deslocar o botão “Selfie” para perto da “Friendly Zone”, isto porque sempre que o queremos usar, estamos com pressa.

Aqui já vemos uma linha gráfica mais dentro da nova trend “Bigger, bold headlines”, onde deixam de existir controladores essenciais na parte do topo do ecrã passando-os para baixo, junto da área confortável para uso.

video

O reachability presente desde o iOS8 também é um esforço nesse sentido. Desta forma conseguimos chegar às opções que se encontram lá em cima em apps mais complexas:

Conclusão

A principal conclusão destas observações, é que quando estamos a desenhar/prototipar, não podemos ter apenas em consideração que o ecrã tem 5,5″ e, desta forma pensar, que podemos fazer o que bem entender dentro dessa área de trabalho. Temos sim, de ter cada vez mais em consideração o que é mais prático para o utilizador porque dessa forma vamos ter mais hipóteses de fidelizá-lo à nossa App.

E o que é mais prático para qualquer pessoa, é sempre o que está mais perto dela, sem haver necessidade de fazer grandes exercícios de malabarismo. 😉


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