As novas fronteiras do digital

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“A importância de entender os novos paradigmas tecnológicos (…) e incorporá-los na nova estratégia de negócios é somente importante caso as empresas pretendam sobreviver à próxima década”.Pedro Henriques, Head of Technical Sales na Crossover for Work, reflete sobre dois dos principais conceitos inerentes a esta “fronteira do digital": a Inteligência Artificial e o Blockchain.

Uma boa estratégia digital hoje em dia não passa sem uma solução omni-canal que inclua redes sociais e aplicações móveis. Provavelmente incluindo também uma solução de chat automático em substituição ou complemento do já tradicional email marketing.

Todos estes pontos de contacto são bem visíveis do ponto de vista do utilizador ou consumidor final. O que nem sempre é visível são os sistemas e a operação que dá suporte a este tacticismo digital.

Com a advento dos smartphones e as suas apps, a maioria das instituições tradicionais sofreram uma transformação digital de forma a capacitarem-se para suportar os novos canais e soluções digitais cada vez mais distribuídas. O código passou a executar-se no telemóvel do cliente, o conteúdo passou a estar publicado em plataformas de social media.

A incapacidade ou lentidão na modernização dos processos de algumas empresas custou-lhes quota de mercado e muitos milhões de euros. Por oposição, novas empresas, iminentemente tecnológicas e ágeis, aproveitaram a oportunidade e causaram disrupção nos negócios, desde a área da banca aos transportes, muitas vezes substituindo os incumbentes como líderes de mercado.

A importância de entender os novos paradigmas tecnológicos – a fronteira do digital – e incorporá-los na nova estratégia de negócios é somente importante caso as empresas pretendam sobreviver à próxima década.

Concretizando, falamos principalmente de blockchain e inteligência artificial.

Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Ripple… são apenas exemplos da miríade de cripto-moedas existentes atualmente. Esta nova classe de instrumento financeiro não é uma brincadeira de um grupo restrito de programadores. Em dezembro de 2017, o mercado de cripto-moedas atingiu uma capitalização de 600 mil milhões de dólares. Em termos de comparação, à data, apenas 3 empresas no mundo inteiro tinham uma valorização superior: a Apple, a Google e a Microsoft.

Mas a não ser que as empresas queiram lançar os seus próprios tokens através de uma ICO (Initial Coin Offering), uma forma de crowd-funding com cripto-moedas, o mais interessante para a sua estratégia digital será a tecnologia subjacente – o distributed ledger. Através deste registo distribuído é possível reduzir o custo e aumentar a segurança no registo de transações através de algoritmos de consensos.

Ao contrário das cripto-moedas, o conceito de uma Inteligência Artificial não é novo. É uma disciplina académica com mais de 50 anos. Os cineastas foram aliás produzindo ao longo dos anos vários filmes, já clássicos, a explorar um futuro distópico que alerta para os riscos de uma inteligência artificial que de uma ou outra forma subjugue a espécie humana. Apesar de estarmos ainda longe de criar uma Inteligência Artificial Generalizada, o potencial de transformação na sociedade será provavelmente apenas comparável à Revolução Industrial.

No imediato, e após vários avanços e recuos nas últimas décadas, a abundância de dados e o aumento da capacidade computacional tornou possível um novo entusiasmo e investimento na área. A vertente mais conhecida são as soluções de machine learning, onde as máquinas utilizam redes neuronais, inspiradas nos mecanismos biológicos, para desenvolver modelos classificativos e preditivos capazes de gerar valor nas empresas e nos negócios.


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