A apologia do designer independente, ou como eu perdi o emprego

Artigo

Abordando o Content Management System (CMS), o tutor do programa Front-end Development da EDIT. Porto e Front-end Developer na Clever Advertising, Samuel Traquina, apresenta aquilo que diz ser "uma breve sinopse de como poderão pegar nos vossos conhecimentos de frontend e levá-los um pouco mais além, juntando-lhes um pouco de curiosidade”.

Muitos designers passam pelo curso de Frontend Development. Destes, muitos querem fazer uma mudança de carreira e, quiçá, ir para uma IT. Para além destes há, também, designers que querem apenas ser mais independentes. Independentes, no fundo, para conseguir levar um projeto desde a sua génese – na tela vazia do SketchApp ou do Figma ou, Satanás, Nosso Senhor, vos livre, Adobe XD -, ao produto final – do website instalado no servidor, com um layout lindo que conceberam do mobile, ao desktop. Sei o que estão a pensar e sim, necessariamente por esta ordem.

Este artigo é para quem se enquadra neste último grupo mencionado. Terão aqui uma breve sinopse de como poderão pegar nos vossos conhecimentos de frontend e levá-los um pouco mais além, juntando-lhes um pouco de curiosidade. Apresento-vos as CMS, que é como quem diz Content Management System, ou, em Português, Sistema para gerir as coisas que aparecem no meu site para o meu público-alvo ver, ou SPGCQANMSPMPAV. CMS é mais fácil, não é? Como exemplos de CMS utilizados em larga escala, podem referir-se Drupal, Joomla, WordPress, Magento, Prestashop, entre muitos outros.

Com uma CMS, podem estudar os seus métodos de implementação de templates ou temas e, dotados do vosso lindo desenho mobile-first (não vamos voltar a falar nisto, pois não?) trazê-lo à vida online.

Mas, vamos às coisas práticas:

1. Instaladores automáticos e CMS gratuitas

Se o vosso servidor, ou do vosso cliente, permite instalar, com o clique de um botão, uma CMS gratuita, aproveitem! Vão poupar horas de leitura e dores de cabeça com configurações em ficheiros dos quais nunca mais se vão lembrar;

2. Temas / Templates comprados

Não digo para não usarem, mas estejam bem cientes do que podem ou não prometer aos vossos clientes. Há templates muito bons, mas não sejam demasiado criativos com o que vêm nas versões de demonstração;

3. Os vossos temas

Nada será tão versátil e, ao mesmo tempo, tão controlado como o vosso próprio tema. Agora podem prometer o que sabem que conseguem implementar. Com o vosso tema, terão apenas o código necessário para fazer aquilo que desejam. Para além disto, não terão daquelas opções que o cliente pode, mais tarde, alterar desconfigurando todo o vosso trabalho árduo;

4. As funções básicas de uma CMS

Aprender a ir buscar informações de uma página, de um post, de uma imagem ou de um menu são essenciais. Valorizem aprender estas funções (entre outras), ou, no mínimo, ter a documentação constantemente aberta.

5. Plugins

Se vão utilizar plugins, façam duas perguntas a vós mesmos:

  • a. Quanto tempo demoraria a implementar uma solução personalizada sem recorrer ao plugin?
  • b. O plugin está bem cotado, é atualizado regularmente e é muito utilizado com a CMS em causa?

Há, para quase todas as CMS, plugins vistos quase universalmente como bons para que consigam mitigar riscos, nomeadamente, de falhas de segurança. Posso dar o exemplo do Yoast para WordPress. O tempo de implementar algo do género seria gigantesco, mesmo que só tivéssemos em conta as funcionalidades da versão gratuita, é atualizado amiúde e as suas avaliações são em larga quantidade e, regra geral, positivas. Da mesma forma, se quiserem implementar um carrossel de imagens e/ou vídeos, porquê usar um plugin? Se, para as vossas necessidades, três horas de volta de duas dezenas de linhas código são suficientes, para quê mais um plugin cujas funcionalidades utilizarão a 5%? Mantenham o número de plugins ao mínimo, terão menos incompatibilidades, menos código desnecessário e correm menos riscos.

Posto isto, ide aprender e fazei coisas dignas, sim?


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