Quais são os principais desafios na definição de escopo de um projeto?
A (falta de) definição de escopo, ou de âmbito, na minha opinião é a principal causa de insucesso nos projetos. Quando os stakeholders / clientes não têm ainda uma visão definida do que querem ou quando não conseguem traduzir essa visão em requisitos funcionais, estamos a dar um “tiro no pé” logo de início. Por outro lado, se quem define o âmbito não tiver o mínimo de conhecimento técnico, podemos correr o risco de se estar a planear para um projeto que não é exequível num determinado timeframe ou que caiba num orçamento. Mesmo em fase de pré-venda, quando um account está nos primeiros contactos com o cliente e este lhe explica a sua visão genérica, deveria haver um acompanhamento por alguém com know-how, de modo a que o âmbito do projeto seja definido já tendo em consideração a tecnologia em que vai ser desenvolvido.
Infelizmente vemos com demasiada frequência projetos que são vendidos sem sequer haver feedback da equipa que os vão desenvolver. Isso leva a que se venda tudo e mais alguma coisa que depois se verifica não ser possível concretizar, seja por impedimentos técnicos ou orçamentais.
Adicionalmente, aquela que é talvez a falha maior na definição de âmbito é a tendência de o alterar ao longo de um projeto. O chamado “Scope Creep”. Caso se decida efetuar alterações de âmbito, todos os aspetos irão ser afetados: timing, orçamento, impacto no negócio, risco, etc.. O âmbito de um projeto deve ser congelado no início de um projeto. Para tal, a definição de âmbito deve ser efetuada com o máximo rigor possível.
O único conselho que posso dar é: “Não tenham receio em gastar algum tempo nesta fase. Irão poupar muito mais do que se não o fizerem.”